
.O Jornalismo deve pensar-se como um exercício dirigido à Sociedade, porque o público está condenado a receber informação medíocre. Na profissão é preciso ética, mas também, paixão, vida e dinamismo.
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O poder das ideias acima das ideias do poder, porque não se é jornalista seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia.
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Recomendo aos leitores que dediquem atenção ao post que a seguir republico, da autoria do Blog «Duas ou três coisas», intitulado "O nosso jornalismo", o qual me 'inspirou' um "comentário" que, pela sua extensão, não me atrevi a inscrevê-lo na coluna dos comentários do "duas ou três coisas".
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Assim, transformei-o em 'post' que a seguir exponho à apreciação, agradecendo as críticas e os comentários.
.O nosso jornalismo
Há dias em que não há pachorra, desculpem lá.
Portugal sobe de 35º para 32º país em matéria de transparência
No mesmo jornal, no mesmo dia, a notícia de que Portugal baixou de 25º para 26º no índice de prosperidade. O título? "Portugal desce para o 26º lugar no índice de prosperidade".
Como se chama a isto, em termos de decência deontológica? São jornalistas quem escreve este género de textos? O SNI era mais sofisticado...
Francisco Seixas da Costa10 comentários
Read more: http://duas-ou-tres.blogspot.com/#ixzz13eeVXN9o
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A censura e o exame prévio, limitaram durante muitos anos a expressãp e o pensamento, em todas as formas pelas quais se poderiam manifestar.
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Com a revolução de 25 de Abril e a instituição da democracia em Portugal foi abolida a censura, o que em si constitui uma conquista extraordinária, pela qual todos ansiávamos.
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Todavia, de alguns anos a esta parte, assistimos a uma verdadeira derrapagem no sentido oposto. A preocupação já não é dar a notícia e informar, mas agitar, intoxicar, inquietar e sobretudo, denegrir a imagem de todos os que caiem nas suas mãos.
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Muitos são mais ou menos enxovalhados, com o levantar de suspeitas, difamações e histórias invertidas, mal contadas, distorcidas, ou quiçá, mesmo de todo irreais.
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Ninguém fica ileso, Governo, Justiça, Saúde e Futebol, emtre outros, são alguns dos alvos escolhidos pelos novos agentes de informação. Todos os conhecemos bem, com o seu ar provocador não se coibem de perguntar, contornar, insinuar e concluir, parcial e intencionalmente, sobre o que o seu entrevistado quis ou não dizer.
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Acreditamos que algumas 'coisas' não estarão bem, mas no meio de tanta panóplia construída e distorcida, o facto é que o pacato cidadão com direito a ser informado, fica cada vez mais confuso, deprimido e triste, sem saber em quem ou em quê, há-de acreditar.
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Como exemplo, citemos só o problema da Casa Pia: alguém sabe explicar o que verdadeiramente aconteceu ou ainda acontece? Quem sofreu e sofre continua indefeso e de verdade pouco sabemos a quem culpar... Correm os anos, rios de tinta e dinheiro saído dos nossos bolsos em investigações, processos judiciais e indemnizações, mas o espectro da verdade ou da mentira continua a assombrar os nossos espíritos...
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Há uns anos, numa Palestra, um jovem adolescente perguntou ao jornalista Carlos Fino, como era possível numa época em que tanto se falava em princípios éticos e seriedade na informação, haver uma corrida desenfreada às maiores audiências, sem atender ao conteúdo da informação, atropelando-se mesmo algumas liberdades. Ele, no seu jeito educado e experiente de jornalista sério, o "homem da guerra em directo", procurou contornar a questão, para não apontar o dedo ou magoar alguém mas, notou-se-lhe algum embaraço, e deu para entender o que esta situação representava para um profissional com princípios, que apostou na excelência, para além da humildade e honestidade, com que sempre trabalhou.
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Recuando mais no tempo, recorde-se o Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses, aprovado em 1993 por todos os detentores de Carteira Profissional, nos seus singelos e elucidativos dez artigos que abrangem com uma coerência ampla, inteligente e clara, especificando tudo o que deve ser feito e também o que não pode, de forma alguma, ser motivo de atropelo ou de transgressão.
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Como em dezassete anos, tanto se prevaricou nesta área! A perenidade dos valores é uma constante para além dos tempos, o bem é sempre bem e o mal é sempre mal, matar é crime e roubar também, quantos menos paleativos houver, mais segurança e consistência terá a liberdade humana.
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Naturalmente que cada época tem os seus contornos, pelo que se tem de ajustar a forma de implementar os mesmos valores integrando-os nas sociedades modernas, mas nunca trocá-los pelo oposto ou inverter os seus conteúdos.
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Instalada a permissividade, segue-e a demissão de intervir, o desleixo e a apatia, fruto das ideias do relativismo, esse espaço amplo e pardo onde acontecem as maiores atrocidades e atropelos à dignidade do Homem.
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Diz o ditado que "quem cala consente", ou que "tão ladrão é o que rouba como o que deixa roubar"... Será que a "voz do povo já não é a voz de Deus"?

É possível que, com os orgãos de informação a "moldarem a nossa cabeça", nivelando tudo pelo básico, superficial e daninho, todos se vão demitindo de reflectir no que ouvem, optando por papaguear o que nos vão impingindo, com a maquiavélica intenção de forjar e moldar todo o nosso ser [são os 'opinion makers'].
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Porém, é um erro grave e é chegada a altura de parar para pensar, pois em águas turvas e agitadas ninguém se salva, estando aberto o caminho para a derrocada final.
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Num país e numa Europa que "ignora" voluntariamente todas as suas origens, pactuando com o inimigo, não sabendo para onde vai e insistindo em repelir toda a tradição cultural que a formou, é expor-se à mercê de todos os interesses políticos e económicos, de índole ética pouco recomendável, com que somos invadidos e apoderados por outras potências, cuja possível "missão" será mesmo a nossa destruição.
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Fomenta-se a mentira, o horror, o medo, as psicoses aumentam, o laxismo instala-se e este velho e nobre continente atrofia, agoniza com a falta de amplitude de ideias e de ideais, tradições e cultura que fizeram deste pequeno país um exemplo para todo o mundo.
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