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"Vinte anos depois da reunificação, estamos perante a enorme tarefa de encontrar uma nova solidariedade numa Alemanha que faz parte de um mundo que está em mudança a grande velocidade", declarou o chefe de Estado em Bremen, aplaudindo a "coragem" dos que derrubaram a ditadura comunista.
No seu discurso perante 1.400 convidados, Christian Wulff defendeu que "atualmente o Islão também faz parte da Alemanha", a par da cultura judaico-cristã.
A primeira economia europeia tem atualmente cerca de 4 milhões de muçulmanos em 82 milhões de habitantes e a integração tem sido um tema em debate.
Citando Goethe , Wulff reconheceu que "Oriente e Ocidente não podem estar separados" e pediu mais esforços aos estrangeiros para a integração e mais tolerância por parte dos alemães.
A chanceler Angela Merkel, membros do seu governo e figuras da liderança da União Europeia, como o presidente da UE, Herman Van Rompuy, participaram nas celebrações, organizadas todo os anos por um estado regional diferente.
Wulff sublinhou o papel desempenhado há 20 anos por países como a Polónia e a Hungria bem como pelo dirigente soviético Mikhal Gorbatchev, na queda da "cortina de ferro" e no regresso da democracia à Europa.
Merkel, de 56 anos, que cresceu na Alemanha de Leste, contou numa entrevista publicada hoje pelo jornal Bild como a sua vida mudou depois da reunificação: "Subitamente, podia fazer coisas que nunca tinha imaginado", disse, apontando como exemplo viajar para os Estados Unidos.
O presidente norte-americano, Barack Obama, saudou a "coragem e a convicção do povo alemão que derrubou o muro de Berlim, pondo fim a décadas de separação dolorosa e artificial".
Paris apontou a reunificação como "um sucesso" e considerou que atualmente a relação franco-alemã é "mais valiosa do que nunca".
O presidente russo, Dmitri Medvedev, também felicitou Berlim, afirmando que a reunificação permitiu estabelecer "uma parceria estratégica" entre a Alemanha e a Rússia.
Hoje à noite realiza-se uma outra cerimónia de celebração dos 20 anos de reunificação alemã junto ao Bundestag (parlamento) em Berlim.
Uma sondagem divulgada sexta-feira pela cadeia de televisão ZDF revela que 84 por cento dos alemães apoiam a reunificação do país, contra 14 por cento que a lamentam.
Citando Goethe
Uma
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[Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Lusa]
O chanceler Otto Eduard von BISMARCK
[obreiro de uma Alemanha Unida]
(1815 - 1898)
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Autor do Lema
« A União Faz a Força = Einheit Macht Stark »
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[obreiro de uma Alemanha Unida]
(1815 - 1898)
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Autor do Lema
« A União Faz a Força = Einheit Macht Stark »
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Bismarck é uma daquelas raras figuras que deram nome a toda uma época. Político e diplomata ágil, este aristocrata prussiano, reconhecido como o pai do Império Alemão, é uma peça-chave para se entender a história complexa da segunda metade do Século XIX. .
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Quando, em 1862, Otto Eduard von Bismarck-Schonhausen foi nomeado chanceler, a Prússia era a mais débil das cinco potências europeias. Em apenas uma década, graças à sua engenhosa e enérgica administração, um império alemão emergiu no coração da Europa para se converter na nação mais poderosa do continente europeu. .
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O artífice deste primeiro milagre alemão nasceu em Shonhausen, Brandemburgo, a 1 de Abril de 1815, no seio de uma família da aristocracia latifundiária.
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Para levar a cabo os seus planos, este político prussiano serviu-se tanto da diplomacia como das armas: «As grandes questões do nosso tempo não se solucionarão com discursos nem com soluções escolhidas pela maioria, mas com sangue e aço.» .
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Foi esta frase famosa, pronunciada diante do parlamento prussiano, que lhe valeu o sobrenome de « Chanceler de Ferro ». .
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Em apenas sete anos, Bismarck provocou e venceu três guerras; na primeira, arrebatou, numa aliança com a Áutria, as províncias de Schleswig e de Holstein à Dinamarca; dois anos depois, transformou as pretensões sobre estes mesmos territórios numa guerra, precisamente com a Áustria, a sua grande rival na aspiração de se criar uma Alemanha unida. .
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Alcançou finalmente o seu grande objectivo ao desencadear uma guerra contra os franceses para inflamar o nacionalismo no seu povo, tal como expôs com toda a franqueza nas suas memórias: «Estava convencido de que, para superar o abismo aberto entre o Norte e o Sul da Alemanha pelas duas confederações, era imprescindível uma guerra com o país vizinho.» .
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Adoptou a estratégia de forçar sempre os seus adversários a tomarem a iniciativa. Como diplomata, escolheu uma táctica que se tornou célebre: valer-se de uma desabusada sinceridade para dissimular as suas verdadeiras intenções. . A sua sofisticada política de alianças - os «Sistemas Bismarckianos» -, aplicada na Europa como no mundo extra-europeu submetido ao Novo Imperialismo, transformou Berlim na capital diplomática do planeta e deixou-o agir durante quase vinte anos como o árbitro das relações internacionais. .
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Na política interna também mostrou a sua determinação sempre que era necessário ultrapassar obstáculos: enfraqueceu os socialistas estabelecendo um amplo e pioneiro sistema de protecção social - uma espécie de socialismo de Estado (para agrado das classes operárias) -, os liberais pondo em dúvida o seu patriotismo, enquanto os católicos sentiram o peso da sua cólera na guerra religiosa chamada Kulturkampf. .
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Apesar de ter evitado várias vezes o começo de uma conflagração internacional, apoiou-se em tratados com cláusulas secretas que acabaram por criar blocos de potências que conduziram indubitavelmente à Primeira Guerra Mundial, após o seu afastamento da chancelaria em 1890. .
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Com a unificação realizada por Bismarck, dá-se início a um período económico especialmente importante para a Alemanha, que soube aproveitar os recursos naturais de que dispunha para acelerar a Revolução Industrial no país. .
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A união como país só teve lugar em 1871, mas os 39 estados alemães já tinham criado em 1834 uma união aduaneira que possibilitou a livre circulação de mercadorias.
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Dessa data em diante, as indústrias metalúrgica e naval experimentaram um enorme crescimento, impulsionadas sobretudo pelo Governo. .
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Nesse ambiente de desenvolvimento, os movimentos artísticos na Alemanha passaram por um período de transição. Após o refluxo da corrente romântica, que prosperou de maneira notável em terras germânicas, foi necessário esperar até aos primeiros anos do século XX para voltar a surgir um novo estilo. .
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Nesses anos, a arquitectura civil caracterizava-se por edifícios imponentes, de corte clássico, com linhas rectas e simples. A Alemanha, que derrotara a França em 1870, parecia querer tornar-se a herdeira do seu estilo. O maior expoente desta arquitectura é o edifício do parlamento alemão: o Reischstag, construído em 1894 e restaurado em diversas fases até adquirir o aspecto actual, com a cúpula característica. .
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Exactamente o Edifício que este post apresenta na segunda fotografia, no início do texto, altamente engalanado para celebrar o 20º. aniversário da reunificação alemã. .
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Por vezes costumo dizer que um post de blog não é nenhuma tese de doutoramento e, por isso, concluo estes dois Tempos históricos de conjugar o verbo «unificar», tentando de forma modesta deixar no ar a comparação de duas épocas e as lições e avisos que a História nos dá (...)
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Quando, em 1862, Otto Eduard von Bismarck-Schonhausen foi nomeado chanceler, a Prússia era a mais débil das cinco potências europeias. Em apenas uma década, graças à sua engenhosa e enérgica administração, um império alemão emergiu no coração da Europa para se converter na nação mais poderosa do continente europeu. .
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O artífice deste primeiro milagre alemão nasceu em Shonhausen, Brandemburgo, a 1 de Abril de 1815, no seio de uma família da aristocracia latifundiária.
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Para levar a cabo os seus planos, este político prussiano serviu-se tanto da diplomacia como das armas: «As grandes questões do nosso tempo não se solucionarão com discursos nem com soluções escolhidas pela maioria, mas com sangue e aço.» .
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Foi esta frase famosa, pronunciada diante do parlamento prussiano, que lhe valeu o sobrenome de « Chanceler de Ferro ». .
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Em apenas sete anos, Bismarck provocou e venceu três guerras; na primeira, arrebatou, numa aliança com a Áutria, as províncias de Schleswig e de Holstein à Dinamarca; dois anos depois, transformou as pretensões sobre estes mesmos territórios numa guerra, precisamente com a Áustria, a sua grande rival na aspiração de se criar uma Alemanha unida. .
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Alcançou finalmente o seu grande objectivo ao desencadear uma guerra contra os franceses para inflamar o nacionalismo no seu povo, tal como expôs com toda a franqueza nas suas memórias: «Estava convencido de que, para superar o abismo aberto entre o Norte e o Sul da Alemanha pelas duas confederações, era imprescindível uma guerra com o país vizinho.» .
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Adoptou a estratégia de forçar sempre os seus adversários a tomarem a iniciativa. Como diplomata, escolheu uma táctica que se tornou célebre: valer-se de uma desabusada sinceridade para dissimular as suas verdadeiras intenções. . A sua sofisticada política de alianças - os «Sistemas Bismarckianos» -, aplicada na Europa como no mundo extra-europeu submetido ao Novo Imperialismo, transformou Berlim na capital diplomática do planeta e deixou-o agir durante quase vinte anos como o árbitro das relações internacionais. .
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Na política interna também mostrou a sua determinação sempre que era necessário ultrapassar obstáculos: enfraqueceu os socialistas estabelecendo um amplo e pioneiro sistema de protecção social - uma espécie de socialismo de Estado (para agrado das classes operárias) -, os liberais pondo em dúvida o seu patriotismo, enquanto os católicos sentiram o peso da sua cólera na guerra religiosa chamada Kulturkampf. .
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Apesar de ter evitado várias vezes o começo de uma conflagração internacional, apoiou-se em tratados com cláusulas secretas que acabaram por criar blocos de potências que conduziram indubitavelmente à Primeira Guerra Mundial, após o seu afastamento da chancelaria em 1890. .
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Com a unificação realizada por Bismarck, dá-se início a um período económico especialmente importante para a Alemanha, que soube aproveitar os recursos naturais de que dispunha para acelerar a Revolução Industrial no país. .
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A união como país só teve lugar em 1871, mas os 39 estados alemães já tinham criado em 1834 uma união aduaneira que possibilitou a livre circulação de mercadorias.
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Dessa data em diante, as indústrias metalúrgica e naval experimentaram um enorme crescimento, impulsionadas sobretudo pelo Governo. .
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Nesse ambiente de desenvolvimento, os movimentos artísticos na Alemanha passaram por um período de transição. Após o refluxo da corrente romântica, que prosperou de maneira notável em terras germânicas, foi necessário esperar até aos primeiros anos do século XX para voltar a surgir um novo estilo. .
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Nesses anos, a arquitectura civil caracterizava-se por edifícios imponentes, de corte clássico, com linhas rectas e simples. A Alemanha, que derrotara a França em 1870, parecia querer tornar-se a herdeira do seu estilo. O maior expoente desta arquitectura é o edifício do parlamento alemão: o Reischstag, construído em 1894 e restaurado em diversas fases até adquirir o aspecto actual, com a cúpula característica. .
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Exactamente o Edifício que este post apresenta na segunda fotografia, no início do texto, altamente engalanado para celebrar o 20º. aniversário da reunificação alemã. .
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Por vezes costumo dizer que um post de blog não é nenhuma tese de doutoramento e, por isso, concluo estes dois Tempos históricos de conjugar o verbo «unificar», tentando de forma modesta deixar no ar a comparação de duas épocas e as lições e avisos que a História nos dá (...)
6 comentários:
Um aparente grande trabalho de pesquisa para escrever este post. Dou valor à sua imensa paciência.
hummmmm
Que é tudo o que se me oferece dizer, dada a temática e, quiçá, por ter o título também em Alemão. Língua em que me licenciei, mas da qual me divorciei logo que pude!
Um bom trabalho o que aqui n é apresentado. Não gosto da língua alemã.
Boa semana.
São,
Moi, non plus! E tive de estudar alemão porque ia para Direito!
Foram 2 anos de massacre, pois era do programa, na época, saber ler e escrever em gótico manuscrito e tipo de imprensa.
Relógio,
Muitas vezes devo parecer malcriado porque não respondo, ou não agradeço os comentários.
Acontece que, por vezes, hesito ao ficar na incerteza de o comentador voltar atrás!
Se for o caso, olhe: sou impaciente, e não sei bem porquê me dou ao trabalho de pesquisar, pois na verdade não se sabe tudo, e também é preciso rever a matéria para confirmar coisas que podemos estar esquecidos, ou confundidos.
Este texto não me deu trabalho quase nenhum, pois tenho a matéria fresca na cabeça.
O que me leva mais TEMPO, é arranjar material decorativo adequado.
Cumpts.
O texto sobre Bismarck foi retirado do fascículo da coleção de relógios de bolso da Planeta DeAgostini, não?
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