sábado, 18 de dezembro de 2010

« Mr. FELT... UM POLÍCIA [F.B.I.] INCORRUPTÍVEL ! »

EFEMÉRIDE


 "THE MAN THEY CALLED «DEEP THROAT"

WILLIAM MARK FELT  
( Imagens de duas épocas da sua vida)
"Garganta Funda"
(1913-2008)

[ O polícia que 'encostou' Richard Nixon à parede ]

 Distintivo do Federal Bureau of Investigation
F B I



 «Detective» Felt
perto do fim da sua Missão
(Pensamos que, o Mundo Livre lhe deve muito!)





 O homem que ficou conhecido como “Garganta Funda”

William Mark Felt, o antigo Director-adjunto do F.B.I. que denunciou, de forma clandestina, o ex-presidente norte-americano Richard Nixon, no escândalo Watergate, morreu aos 95 anos, no dia 18 de Dezembro de 2008. Faria hoje, noventa e sete anos.

Felt foi a fonte secreta de Bob Woodward e Carl Bernstein, os dois jornalistas do Washington Post que denunciaram o Caso Watergate. A sua identidade foi preservada durante muitos anos e revelada apenas há cinco, enquanto durante décadas a Imprensa americana brilhou triunfante, como tendo sido a autora do maior “furo” jornalístico de sempre!

Felt morreu numa quinta-feira em Santa Rosa, Califórnia, durante o sono, na sequência de problemas cardíacos, de consciência tranquila e feliz pelo dever cumprido,  por ter sido um  Agente da Justiça sério, num mundo alegadamente intocável e poderoso do planeta. 

Em 1972 e 1973, o jornal “Washington Post” publicou a história do envolvimento de Nixon no escândalo de espionagem político, com o assalto e as escutas à Sede eleitoral do partido Democrata, no edifício Watergate. 

Muitas das informações e pistas para essa investigação foram passadas pelo “Garganta Funda” ao então jovem repórter Bob Woodward, que, com Carl Bernstein, revelou o caso, que contribuiu, mais tarde, para a queda do então Presidente Richard Nixon. 

Felt admitiu em Abril de 2005 que era a “Garganta Funda”, ou seja, o informador secreto dos dois jornalistas. 

O escândalo e as tentativas da Casa Branca para encobrir o caso levaram à demissão de Richard Nixon, o primeiro presidente dos Estados Unidos a ser obrigado a fazê-lo, em Agosto de 1974.

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

« RECLUSOS CHILENOS "SOTERRADOS" ao "AR LIVRE!" ... »





 Recluso agita a Bandeira Chilena na Penitenciária incendiada em Santiago



 Familiares de presos choram pela sua morte 





      O Chefe do Estado chileno viu-se confrontado com uma nova tragédia dentro do seu país, mas o final não foi feliz como no caso dos mineiros.

O Presidente, Sebastián Piñera, confirmou que já chega a 83 o número de mortos por causa de um incêndio que aconteceu após um motim na prisão de San Miguel, em Santiago.

Qualificou o acontecimento de "tremenda e dolorosa tragédia".

- “Não podemos seguir vivendo com um sistema prisional que é absolutamente desumano”.
Piñera fez o pronunciamento à porta de um dos hospitais para onde foram transferidos 14 feridos no incêndio.

Segundo o jornal chileno La Tercera, o fogo começou por volta das 4h30 (horas locais). Cerca de 200 presos foram retirados das suas celas para o pátio do presídio.

As mortes foram provocadas em sua maioria por asfixia, e a identidade das vítimas ainda não é completamente conhecida. O ministro da Saúde, Jaime Mañalich, esteve no local e disse que o incidente foi "o mais grave da história das prisões chilenas".

- Os 14 [feridos] estão com risco vital e foram transferidos para diferentes centros médicos na região metropolitana.

A polícia disse que o incêndio começou quando presos queimaram colchões em uma das alas do presídio, após uma zaragata.

Parentes dos 83 presos mortos agrediram as autoridades encarregadas de divulgar a lista de vítimas. Os familiares lançaram garrafas e pedras nos funcionários perto da prisão, segundo o relato feito por testemunhas aos meios de comunicação chilenos.

Um dos mais atingidos foi o intendente metropolitano, Fernando Echeverría, a quem os parentes insultaram e lançaram ovos e outros objetos. Echeverría disse antes de entrar  num veículo da polícia para escapar da ira dos familiares que conseguiu resgatar cerca de 65 presos do quarto andar da Torre 5, onde começou o incêndio.

A prisão de San Miguel está preparada para receber 1.100 presos, mas actualmente é ocupada por 1.961, uma circunstância que, segundo o director de Gendarmaria, Luis Masferrer Farías, "reflete a precariedade do sistema carcerário chileno".

O Presidente Sebastian Piñera prometeu reformar o sistema penitenciário do Chile.



 
O Presidente do Chile SEBASTIAN PIÑERA rodeado pela sua escolta






   Para lembrar quem é o actual Chefe do Estado Chileno, vamos aditar algumas notas:

Em entrevista concedida ao diário espanhol El Mundo no passado dia 1 de Julho, o candidato presidencial chileno da direita, Sebastián Piñera Echenique, afirmou:
«Fui sempre um opositor ao Governo de Pinochet, por duas razões fundamentais. Primeiro, porque nunca aceitei e sempre repudiei as violações sistemáticas, reiteradas e graves dos direitos humanos e, em segundo lugar, porque sempre acreditei que o melhor caminho para o Chile é a democracia, e o governo militar privou-nos da democracia durante 17 anos».

Dias antes, a 26 de Junho, respondendo a alusões do candidato presidencial da Concertación [N. do T.: Trata-se da coligação Concertación de Partidos por la Democracia], a respeito do processo por fraude contra o Banco de Talca e à multa por uso de informação privilegiada no caso da LAN Chile [N. do T.: Transportadora Aérea Nacional do Chile], Piñera retorquiu:

«Frei está mal informado. O Tribunal Supremo decretou de forma unânime a minha total inocência e tão pouco tive alguma vez algum problema com o uso de informação privilegiada».

Os documentos secretos do arquivo da sede local da CIA [Conf. os media] demonstram que, como é habitual nele, Sebastián Piñera está a faltar à verdade.

A respeito da primeira das suas afirmações, os documentos colocados a público pela imprensa e para conhecimento dos cidadãos, mostram não apenas que Piñera pertence à rede mais próxima de Pinochet, mas também denunciam, ou melhor, confirmam a relação directa entre essa afinidade e a origem da sua fortuna.

Para além disso, contribuem para explicar a antipatia visceral que a direita clássica e económica sente pelo candidato da direita política.

Se para a primeira se aplica o ditado “ave de mala ralea es la que emporca su propio nido” [N. Do T.: «a ave de má rês é a que suja o próprio ninho»], a segunda censura-lhe o morder a mão que lhe deu de comer.

No que respeita à resposta de Piñera a Frei, tão pouco é certo que o Supremo Tribunal tenha decretado a sua inocência. O que na verdade aconteceu é que uma secção desse tribunal acolheu um recurso de amparo [N. do T.: Trata-se de um mecanismo que permite aos cidadãos recorrer directamente para o Tribunal Constitucional quando está em causa uma violação grave dos seus direitos fundamentais] e por essa via interrompeu a investigação sobre a participação de Piñera.
Os documentos da CIA mostram não apenas a enormidade do nível de influências que se moveu, incluindo uma gestão de lobby do Embaixador dos EUA com o Presidente do Tribunal Supremo, mas também a operação de informação que o retirou do país quando tinha ordem de detenção, apesar da investigação judicial ter concluído com a condenação de dois dos envolvidos na fraude ao Banco de Talca, também mencionados nos documentos, que passaram um tempo considerável atrás das grades. 

Pensando um pouco sobre as ilustres personagens deste último parágrafo, esperemos não haver a desagradável possibilidade de os "Ficheiros" desenvolvidos pela WikiLeaks deitarem algum 'fumo' da sua chaminé. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

« O AMOR [de Pessoa] QUANDO SE REVELA »


 
 
 
O Amor Quando Se Revela

O amor, quando se revela,
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente.
Cala: parece esquecer.

Ah, mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
e se um olhar lhe bastasse
pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
já não terei que falar-lhe
porque lhe estou a falar...

-
Fernando Pessoa -